20 setembro 2011

os professores, esses felizardos

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pelo Secretariado Nacional da FENPROF, aqui
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Salários dos professores portugueses, na última década, desvalorizaram-se cerca de 10%

A ideia que se pretende passar, de que os salários dos professores portugueses se valorizaram na última década, é uma verdadeira vigarice! Na verdade, depois de 1998, os salários dos docentes têm vindo a desvalorizar-se de forma muito acentuada, devido a:
  • Sucessivos congelamentos das progressões;
  • Roubo de anos de tempo de serviço efetivamente prestado;
  • Aumento da duração da permanência em cada escalão;
  • Redução efetiva do salário;
  • Aumento dos impostos e dos descontos sociais;
  • Níveis de inflação nunca compensados por sucessivos “aumentos-zero”, sabendo-se que a sua variação média anual, na década, foi de 2,5%.
Poderia parecer que o salário tinha aumentado com a criação de um novo escalão de topo da carreira, mas nem isso aconteceu, pois os professores foram impedidos de o integrar, não havendo um único que nele se encontre.

Acresce ainda esclarecer que os salários dos docentes não podem ser comparados entre países pela sua relação com o PIB de cada país, uma vez que, por exemplo, enquanto a variação média anual do PIB na União Europeia foi de 1,3, em Portugal situou-se em 0,9. Mas se tivermos em conta o PIB per capita em paridades de poder de compra, pode afirmar-se que hoje o salário dos docentes é inferior ao da segunda metade da década de 80.
Percebem-se as razões por que o governo anterior terá fornecido à OCDE dados truncados e incorrectos: dar a ideia de que os professores portugueses ganham muito para, de seguida, desvalorizar ainda mais os seus salários! Em nome da verdade, a FENPROF dirigir-se-á aos peritos da OCDE (*) que trabalharam estes dados, dando-lhes a conhecer a realidade. Aos professores e educadores, pede-se a melhor atenção neste momento, pois a divulgação de dados deste tipo, que não são verdadeiros, têm sido sempre utilizados para atacar mais os seus salários. Pode ser isso que está, mais uma vez, em preparação, tanto mais que o governo já anunciou pretender rever o seu estatuto de carreira.  
*(ver aqui)
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