21 novembro 2009

imbróglios


Projecto do PSD sobre avaliação docente passa com abstenção do PS
Já os outros sete diplomas da oposição, que visavam suspender o actual modelo de avaliação e acabar com a divisão da carreira docente em duas categorias hierarquizadas, foram chumbados (...)
O diploma do PSD recomenda ao Governo o fim da divisão da carreira em duas categorias e a criação de um novo modelo de avaliação no prazo de 30 dias, além de defender que no primeiro ciclo avaliativo, que está a terminar, não haja professores penalizados em termos de progressão da carreira devido a diferentes interpretações da lei.
fonte

Então..
- o PSD "recomenda o fim da divisão da carreira" embora chumbe todas as propostas de igual sentido apresentadas pelos partidos da oposição.
- o diploma do PSD reconhece a validade do 1.º ciclo de avaliação, apesar de ela se basear num pressuposto cujo fim 'recomenda' (nada de comprometimentos, note-se..) : a divisão da carreira em duas categorias.

Ou seja: o fim da divisão da carreira docente em PROFESSORES e TITULARES (seleccionados por 'critérios' aberrantes) aparenta gerar consensos fora do circulozinho autista do PS.  
Apesar disso, o PSD parece reconhecer a bondade e a justeza da avaliação deste 1º ciclo, em que professores foram avaliados por titulares com habilitações académicas, conhecimento científico, experiência pedagógica, inferiores às suas. Ou por professores de diferentes áreas disciplinares. Ou... etc etc.  
Que seriedade, que congruência, que  credibilidade, terá o PSD encontrado nas avaliações levadas a cabo no primeiro ciclo de avaliação de desempenho docente, para agora o vir validar??

Mais:
Defende o diploma do PSD que no primeiro ciclo avaliativo não haja professores penalizados em termos de progressão da carreira devido a diferentes interpretações da lei.

Ora acontece que o PSD está mal informado, e nesse caso não devia pôr-se a opinar 'à toa'!
É que as referidas penalizações não se devem apenas a diferentes interpretações da lei.
A avaliação dos professores, neste primeiro ciclo, foi um autêntico 'forrobodó'! Pior, teria sido impossível.

A avaliação dos professores no biénio 2007-2009 foi feita com tanta, mas tanta isenção e rigor, que dependeu, também e por exemplo, da maior ou menor adesivação dos CE /directores / CAP e das suas decisões, vontades ou caprichos.

Dependeu, em grande medida, dos despachos e contra-despachos/decretos/emendas .. da equipa de Mª Lurdes Rodrigues e das suas decisões delirantes. Delírios esses consubstanciados com especial requinte de honradez, legalidade e isenção nas instruções dadas pelas DRE (direcções regionais de educação)  às escolas. O que em Junho?/Julho? foi peremptoriamente recomendado/ explicitado/ imposto aos directores/CAP foi que que não aceitassem FAA (fichas de auto-avaliação) a professores que não tinham entregue O.I. (objectivos individuais).

Isto, senhores deputados do PSD, não foi uma interpretação da lei! Isto foi (para além de uma vingançazinha da 'defunta' ministra) um grosseiríssimo atropelo à lei! Uma lei (novo ECD) imposta pela anterior equipa do Ministério da Educação! Uma lei  ignorada, 'atropelada', por órgãos directivos desse mesmo ME!!

Depois, mais uma vez, entraram em cena opções pessoais e arbitrárias por parte de quem dirige as várias escolas deste país. E . .
  • houve professores a quem (conforme indicação superior) foi recusada a entrega da FAA.
  • houve professores a quem (contrariamente a indicação superior) a entrega da FAA  não foi recusada.
  • houve professores que foram avaliados 'administrativamente' (do que tenho conhecimento, classificação de 'bom' para todos), tendo ou não entrege OI e FAA - a 'oficial' ou outra qualquer.
E pergunto: como é que o governo e o seu aliado PSD tencionam resolver este imbróglio, de modo a que nenhum professor seja descriminado? Como pensam repor a justiça, a legalidade, a uniformidade de critérios? Ou este primeiro ciclo de ADD era suposto ter sido regido pela 'vontade do freguês' ?

A novelíssima ME já disse que "só não será avaliado quem não quiser". Interessante seria desmontar-lhe o discurso. Que quererá ela dizer, exactamente, com esta sua declaração? 'venham a mim, filhos pródigos-ovelhas tresmalhadas, juntem-se ao rebanho que eu abençoarei todos os pobres de espírito arrependidos !' .. será isto ?

Isabel Alçada já tinha anteriormente afirmado que sem a entrega dos 'elementos de avaliação' .. nada feito. Para já, palpita-me que houve ali um 'TPC' mal feito.. saberia a senhora, na altura, que os elementos de avaliação são dois - e bem distintos, nomeadamente à luz da jurisprudência? [E então, pergunto-me .. que significa isto?? : «Avaliação: Falha de entrega de documentos sem penalização», publicado em 18/11, aqui]


Bom, partindo do princípio que I.A. se referia à FAA, será lícito deduzir que quem a entregar - (ainda!!) - será avaliado?
E a FAA terá de ser a oficial? 
E quem já entregou outro tipo? Deve agora retirá-lo e entregar a FAA genuína, a de lei, a 'one and only'?

E o que acontece àqueles que, no meio desta barafunda, persistirem na sua recusa - mais que legítima tendo em conta este surrealista naipe de irregularidades -  em serem avaliados segundo o mesmo indefensável modelo que durante meses e meses contestaram na escola e na rua, contra o qual fizeram manifestações e concentrações, greves e cordões?


pois é.. grande imbróglio!

1 comentário:

l69lima disse...

Eu não entrego nadica de nada! Mas a Lulu foi minha amiga! Pôs a minha companheira (também professora, só que agora em Bruxelas:-) a ganhar 8 mil/mês!

Eu quero que a avaliação vá..., desculpem, quero que a avaliação seja levada muuito a sério!